Sempre ouvi histórias maravilhosas sobre a sala de parto e a possibilidade de conhecer seu filho logo após seu nascimento, abraçá-lo, amamentá-lo. No meu caso nada foi como o esperado.
Apesar da tentativa da pediatra em me mostrar o Miguel na incubadora, não consegui vê-lo com tantos aparelhos ligados ao seu corpo.
Mesmo sem ser mãe (até aquele momento), já havia passado por muitas experiências em maternidade. Sou tia de quatro lindos sobrinhos e todos eles puderam permanecer com a família no quarto. A idéia de não poder estar com o meu bebê, me parecia muito estranha.
Mesmo sem ser mãe (até aquele momento), já havia passado por muitas experiências em maternidade. Sou tia de quatro lindos sobrinhos e todos eles puderam permanecer com a família no quarto. A idéia de não poder estar com o meu bebê, me parecia muito estranha.
O dia 08 de agosto (dia após o parto) foi "o" grande dia. Depois de uma noite inquieta, levantei às cinco e meia da manhã para tomar banho. As enfermeiras entravam e saiam do meu quarto para realizar exames e procedimentos, mas só uma coisa me preenchia a mente: conhecer o Miguel.
Fui informada de que como era minha primeira visita a UTI, poderia entrar a qualquer hora, mas que depois teria um horário determinado. Queria subir o mais rápido possível, mas alguns cuidados pós cirúrgicos precisavam ser tomados.
Quando fui liberada subimos, eu e meu marido, para a UTI.
O ambiente de UTI sempre me foi muito familiar. Além de ter trabalhado por um período na UTI pediátrica de um hospital, não foram poucas as vezes em que acompanhei pacientes pra visitar parentes internados na unidade de terapia intensiva.
Mas agora era diferente. Eu não estava ali como psicóloga. Eu era mãe, e como mãe tinha muitas regras e obrigações a cumprir.
A primeira delas era o horário. Não poderia permanecer o dia inteiro ao lado do meu pequeno, muito menos dormir ao seu lado. Meu horário de permanência era das 9 às 21, já que meu bebê ainda não podia ser amamentado. Além disso, precisaria sair todas as vezes em que um procedimento fosse realizado, e posso dizer que foram muitos: rx, exames de sangue, troca de catéter, fisioterapia, entre outros.
Não era assim que havia imaginado as coisas, mas agora essa era a minha realidade.
Quando cheguei a UTI fui muito bem recebida pela equipe de enfermagem. Assim que me apresentei, fui encaminhada à sala 2, onde meu pequeno príncipe estava. Meu marido se ocupou de me apresentar nosso filho, que apesar de seu baixo peso e tamanho, já mostrava sua força.
Ele não precisou ser entubado e mesmo com apenas um dia de vida, já havia iniciado sua revolta com o CPAP, deixando-o fora de uma de suas narinas.
Posso dizer, sem exitar, que aquele foi o momento mais estranho da minha vida. Apesar da grande felicidade que sentia, tinha uma coisa que me incomodava. Mesmo com todas as controvérsias, sempre achei que estava no comando das coisas. Pela primeira vez, e infelizmente, não pela última, percebi o quanto eu era impotente e que não podia fazer nada pra mudar aquela situação.
Naquele momento o Miguel me ensinou uma grande lição. Eu não estava no comando. Eu não controlava tudo.
Quando cheguei a UTI fui muito bem recebida pela equipe de enfermagem. Assim que me apresentei, fui encaminhada à sala 2, onde meu pequeno príncipe estava. Meu marido se ocupou de me apresentar nosso filho, que apesar de seu baixo peso e tamanho, já mostrava sua força.
Ele não precisou ser entubado e mesmo com apenas um dia de vida, já havia iniciado sua revolta com o CPAP, deixando-o fora de uma de suas narinas.
Posso dizer, sem exitar, que aquele foi o momento mais estranho da minha vida. Apesar da grande felicidade que sentia, tinha uma coisa que me incomodava. Mesmo com todas as controvérsias, sempre achei que estava no comando das coisas. Pela primeira vez, e infelizmente, não pela última, percebi o quanto eu era impotente e que não podia fazer nada pra mudar aquela situação.
Naquele momento o Miguel me ensinou uma grande lição. Eu não estava no comando. Eu não controlava tudo.