quarta-feira, 6 de abril de 2011

A vida nos prepara (parte 1)

Antes de falar do momento atual, gostaria de contar um pouco um pouco da minha história, que muito me ajudou a lidar e enfrentar o que a mim estava destinado. 
Ingressei na faculdade de psicologia no ano de 1999. A escolha pelo curso envolvia minha grande vontade de trabalhar com crianças especiais. Por quê? Nem eu sabia bem responder essa resposta (até a minha gravidez). 
No terceiro ano de faculdade começei a fazer parte do Projeto Inclusão, que tinha por objetivo o atendimento psicológico de crianças com síndrome de down. Os anos que se seguiram foram muito voltados para este projeto, até o seu término, no ano de 2005.
Durante todo o projeto conheci muitas pessoas especiais, mas duas delas com certeza se tornaram o meu maior exemplo. 
Em primeiro lugar Cecília. Professoram fundadora do Projeto Inclusão e mãe do Lu, um menino com síndrome de down que não só demonstrava sua vontade pela vida, mas como também, mostrava como era possível quebrar barreiras (o Lu trabalha todos os dias, ganha seu salário e contribui nas despesas da casa).
Por conta dos atendimentos, conheci aquela que seria, anos depois, minha maior inspiradora. Acho que nem ela sabe disso, mas espero que ela possa saber disso lendo este depoimento. Seu nome é Glória e é mãe de uma menina mais do que especial, a Gabi.
Atendi a Gabi durante três anos e pude acompanhar ao longo desse período toda dedicação e amor de sua mãe. Tive a honra de fazer o meu trabalho de conclusão de curso com as duas, debatendo o vínculo das duas diante da notícia da síndrome de down. Nunca imaginei que anos depois deixaria de ser uma espectadora desta história e passaria a ser a protagonista.
Essas duas mulheres tinham (e ainda tem) uma coisa em comum: o amor incondicional pelos seus filhos e a vontade de inserí-los em uma sociedade melhor, sem preconceitos.
Antigamente, as crianças com síndromes eram escondidas, tidas como aberrações. Hoje em dia, graças a mulheres como Cecília e Glória, elas conquistaram espaço entre aqueles tidos como "normais". 
Hoje, mais do que abraçar a causa da síndrome de down como profissional, abraço essa causa como mãe e tenho o maior orgulho de exibir as conquistas do meu filho. Um herói, que passou 90 dias na UTI lutando pela vida (pela sua prematuridade) e que aos 6 meses se mostrou guerreiro ao passar por uma cirurgia do coração.
Dizer que foi fácil é mentira. Foi e está sendo uma luta diária. É difícil abrir mão de nossos sonhos, expectativas e tudo o que envolve o nascimento do primeiro filho. Mas está sendo um mundo de descobertas, de novas possibilidades.
Parece que as peças da minha vida começaram a se encaixar...

Um comentário:

  1. Fê, já li tudo! Tenho certeza q esses post são apenas pequenas partes da sua história emocionante como mãe do Miguel. Tbem quero aprender com ele e com vc, viu?!
    Super bjo,
    Camila
    http://mamaetaocupada.blogspot.com/

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