sexta-feira, 15 de abril de 2011

A hora dos esclarecimentos

As horas na sala de recuperação deveriam ser tranqüilas e relaxantes. No meu caso não posso dizer que foi assim. A ansiedade por saber notícias no meu filho era muito grande. Afinal, ele havia nascido 10 semanas antes do esperado.
Logo depois que meu marido retornou à sala de parto, ele foi chamado para realizar os procedimentos de internação do Miguel na UTI. Ainda não tínhamos conversado, então não pude entender o que estava realmente acontecendo.
Como não consegui ver o Miguel - apesar da tentativa da pediatra em me mostrá-lo - pensei que estavam me escondendo alguma coisa. Só pude saber a verdade quando retornei ao quarto, por volta da meia noite.
Quando cheguei, meu marido estava aflito, esperando por notícias minhas. Hoje chego a pensar que aquelas quatro horas em que ele ficou sozinho devem ter sido desesperadoras. Sempre tivemos uma relação muito forte e todas as decisões eram tomadas conjuntamente. De repente, ele teve que assumir a responsabilidade sozinho.
Assim que entrei, ele veio ao meu encontro. Me abraçou e com os olhos cheios de lágrimas, me disse que o Miguel era lindo. Perguntei então o que havia acontecido na sala de parto, já que ele foi retirado às pressas e eu só pude ouvir alguns palavrões.
Ele então me contou que no momento em que o Miguel foi tirado da minha barriga, ele estava com uma coloração escura e não se mexeu. A primeira coisa que ele pensou, é que ele havia nascido morto, então começou a se desesperar.
Quanto aos palavrões, ele me explicou que gritava XXXX, por quê meu filho não chora? Eu, fechada na sala, só pude ouvir a primeira parte da frase.
Disse ainda, que para acalmá-lo, levaram-no para uma sala ao lado e que quando ele entrou, ouviu nosso pequeno guerreiro aos prantos.
Miguel estava muito melhor do que imaginávamos. Apesar dos seus 39 cm e 1,430 Kg, não precisou ser entubado e teve APGAR (aquela notinha que o neném ganha no primeiro e quinto minuto depois do nascimento) 7 e 9. Que alívio! Sabíamos que as próximas 48 horas seriam muito importantes, mas tínhamos fé de que tudo ficaria bem.

3 comentários:

  1. Nossa...imagino a aflição que seu marido passou! Mas que bom que tudo ficou sob controle!

    Me emociono com seus posts!

    Beijos e bom final de semana.
    Flavia

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  2. Sua história é muito bonita! Aguardo os próximos posts para aprender um pouco mais com você e o Miguel!

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  3. Eu penso nisso e logo me dá uma aflição... Vcs são muito fortes... Bjs.

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